É praxe perguntar às crianças em quem elas se espelham. Na escola ou fora dela, os pequenos se deparam com a questão “O que você quer ser quando crescer?”. Comumente as respostas equivalem às profissões do pai ou da mãe. Essas são as principais referências na infância. E se dirigirmos a questão a alguns adultos, para saber quais suas referências da terceira idade: com quem querem se parecer quando chegar à velhice?
Conforme a psicóloga Klayne Abreu, é complicado envelhecer na cultura ocidental, que valoriza a juventude em diversos aspectos. Contudo, “a experiência de vida traz muito conhecimento”, acrescenta. É justamente esta sabedoria advinda com o tempo que se torna um ideal para os mais jovens.
O jornalista Carlos Xarão, 24, tem como referência Eva Sopher, por sua contribuição à cultura gaúcha. Dona Eva, 87, assumiu a direção do Theatro São Pedro em 1975, com a meta de restaurar a instituição. Em 1982, foi nomeada presidente do Theatro, que figura, hoje, entre os mais importantes do país. Caroline Moura, 25, revela grande admiração por José Saramago, pela sua trajetória. O escritor português, que faleceu na última sexta-feira (18), era autodidata e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 1998.
A maioria dos entrevistados nesta reportagem apresenta como referenciais da terceira idade os próprios avós, por considerá-los exemplos de determinação. O estudante Marcelo Grisa, 22 anos, admira a avó materna pela sua dedicação ao trabalho. “Há mais de 50 anos trabalhando e não quer saber de aposentadoria”, revela. Lorena Risse, 19, destaca a boa índole do avô, Raimundo Sabino, como seu principal referencial.
Mas, profissionais e personalidades também são lembrados pelos jovens. A universitária Letícia Balester, 27, cita o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor, mesmo que ele tenha, entre suas frases, a afirmação “não me chame de senhor que eu me deprimo”. Segundo a estudante, o também comentarista “é inteligente, de uma opinião muito própria. A maneira como fala e coloca as palavras é encantadora”. “Eu acho ele fantástico”, conclui.
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